sábado, 17 de julho de 2010

CAMINHOS




Do eu, quando um manto de frio encobre,

levanto esse manto e descubro encantos

que abaixo ou acima, em qualquer recanto,

re-canto em canção mesmo que em pranto.


Imagem Jornal Zero Hora de Porto Alegre

Quando nebuloso o dia amanhece,

de alguma janela chegam imagens belas

e um misto de outrora que ainda vigora,

em vultos e envoltos de longe vem perto.



São lembranças vivas, hora bem ativas,

miçangas, pitangas e frutos silvestres,

caminhos em campos, constroem o futuro

mesmo sobre flocos não se perde o foco.



Em todas as barreiras, vislumbram-se as beiras

por onde andamos, haverá fronteiras,

gélidos sinais, sussurros de ventos

onde os pensamentos de carona vão...

Não em vão,

Nem só pelo chão.

Matéria sim,

subjetivada,

estradas,

são vidas

reconstruídas.



In memória ao meu irmão Egídio que nos deixou em junho próximo passado, após cinco meses de agonia em decorrência de acidente de trânsito.

19 comentários:

Tere Tavares disse...

A perda não diminui o amor que existe. Nem suprime a saudade. Defronte a isso, responderá sempre o sentimento, ra-refeito em auroras, onde o raiar aquece, a lembrança, a esperança de haver conformidade na sucessão das horas e alegrias ainda vivas.
Fraternal abraço.

Unknown disse...

Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.
Este verso tão conhecido é o que o lago da minha memória pescou. Para aquecer o exterior inverno, não há nada melhor que o calor do interno. Sempre amoroso. Tirando de todas as situações um canto de aconchego, que esquenta aos olhos segue ao coração e desfaz toda secura do floco de neve. Beijos e meus parabens.

CESAR CRUZ disse...

Belo poema, Salete. Admiro que é capaz de fazê-los, pois me sinto um inapto para tal arte.

bjs
Cesar

José disse...

Olá Salete!

Vim agradecer a sua visita e mais comentário,eu nestas circunstancias
faltam-me sempre as palavras, ao longo da minha vida tenho perdido familiares, e alguns amigos e quando chegue ao pé das pessoas nunca consigo dizer uma palavra, apenas dou um abraço, e soltam-se algumas partículas pela minha face.

E para si também deixo um forte abraço.
José.

Anônimo disse...

Salete querida

A perda de um ente querido e os versos comoventes em sua homenagem.
Um misto de sentimentos e a poesia a embalar e confortar.
um beijão

Rose

Graça Pereira disse...

..."Estradas são vidas reconstruídas"....Então...não são??
Só quem muito caminhou...chega longe!
Beijo carinhoso
Graça

Saozita disse...

Olá Salete, aqui vim ter por meio do blog do nosso amigo José do blog "Reflexões e outras Divagações" e adorei ler seus poemas. Ficarei seguindo, na medida que mo permitir.
Bom trabalho, parabéns.

Ana Guimarães disse...

Uma perda é sempre uma perda, insubstituível. Nada nos resta além de ficar fazendo o luto, indefinidamente. Vejo que você já começou, amiga, simbolizando lindamente.
Beijo grande, todo o meu carinho.

Salete Cardozo Cochinsky disse...

Queridos
Usamos palavras para expressar o que no afeta.
A partir dessa poesia senti um grande alívio. Foi como se iniciasse uma nova fase. Meu grito de horror e esperança ao mesmo tempo pelo acontecido. A vida minha continua. As lembraças mantém vivo parte da vida de que se foi.
Beijos, grata
Salete

GraficWorld disse...

Anche io amo le foto e fotografare. Ti auguro un buon inizio settimana :)
Gio'

http://remenberphoto.blogspot.com/

Lau Milesi disse...

Oi Saly, como você está? Nos falamos há muito dias atrás, não é?
Fica a saudade fazendo companhia à dor,sei como é esse momento.
Força, amiga querida
E sua mãezinha, como vai?
Um beijo pra você .

Hugo Dias Perpétuo disse...

"Ninguém morre enquanto em um coração for inquilino"
Belo poema.

Sueli Maia (Mai) disse...

Sim, são caminhos.
um belo texto.

grata pela visita e comentário.
abraços,

Ramosforest.Environment disse...

A sublimação da dor em poesia é honra para a Humanidade e bálsamo para o poeta.
Meus sentimentos. Passei por aqui muitas vezes e senti que algo havia ocorrido.
Abraços para todos.
Luiz Ramos

Madalena Barranco disse...

Querida Salete, já tinha me esquecido de como é bom vir ao seu blog... Sinto muito pela separação de seu irmão nesta vida. Mas pelo que li em seu belíssimo poema, sei que você sabe de sua infinta existência, pois: "mesmo sobre flocos não se perde o foco". Beijos, com carinho.

A.S. disse...

Salete,

Um belo poema e uma bela homenagem à qual me curvo em silêncio...
Tudo é tão breve!


Um abraço
AL

Luísa Nogueira disse...

Salete, amiga, nesses momentos, quando nossas lágrimas secam, vem o silêncio... e com ele a reflexão... e então sentimos que a vida mudou de dimensão mas continua pertinho de nós e em nós... Aí, se conseguimos colocar nossas emoções em palavras, o céu se abre, mais claro e luminoso, e vislumbramos o infinito... esse infinito que é a vida...
Beijos!

Salete Cardozo Cochinsky disse...

Amigos e leitores
Obrigada pela presença e pelas palavras que fazem movimentar nossos afetos.
Beijos
Salete

Raquel disse...

Querida,

Possivelmente vc esteja melhor depois desses meses que se passaram após a perda, mas a saudade fica sempre. E vez o outra o peito volta doer, mas sua garra e seu amor é grande para seguir a caminhada, por vc e pelos que ficam.

Abraço bem apertado e besitosss